2007-02-19

Moscadas científicas

Vírus Interessante ver como o método científico falha justamente quando é afetado pelo fator humano.

A parte explícita do método científico é a seguinte:

  1. São observados comportamentos que levam a um teoria;
  2. Cria-se uma hipótese, que afirma categoricamente a teoria que os cientistas querem provar;
  3. Cria-se uma antítese, que nega sistematicamente a hipótese;
  4. São definidos procedimentos controlados – chamados experimentos – para verificar a autencidade da hipótese (nesta etapa deve haver ao menos um grupo de teste e outro de controle);
  5. Caso a hipótese seja confirmada, cria-se uma tese, caso contrário a antítese se converte em hipótese e voltamos ao 3º passo.


Agora, há uma parte implícita do método, cheia de hipocrisia:
  1. Para ser aceita como hipótese, a teoria deve ser materialista;
  2. Todo dado experimental que confirme vagamente a hipótese é aceito sem muita investigação;
  3. Toda informação de qualquer natureza que contradiga a hipótese é rejeitada sempre que possível;
  4. Para ser aceita como tese, a hipótese precisa corroborar teorias, axiomas e teses pré-estabelecidos.


Um grande exemplo de uma moscada científica causada por essa hipocrisia é o resfriado comum (em inglês common cold).

Na primeira metade do século XX, quando estava na moda o vírus, fizeram um experimento científico que, em tese, «provou» que o resfriado é causado por contágio viral, nada tendo a haver com friagem.

A partir de então os médicos mais pragmáticos passaram a combater a relação que as sábias mães criam entre friagem e resfriado, enquanto os médicos mais céticos (no sentido correto da palavra, ou seja, que duvidam) continuaram recomendando evitar a friagem.

Só que há fatos pouco divulgados sobre aquele experimento tido como científico...

Em primeiro lugar, o grupo de teste (que teve uma percentagem maior de contágios) tinha apenas seis voluntários, assim como o grupo de controle, quantidade insuficiente para qualquer teste que se preze.

Em segundo lugar, nenhum dos voluntários foi exposto a friagem: apenas os voluntários do grupo de teste foi exposto a contaminação viral (e mesmo assim nem todos ficaram resfriados).

Recentemente novo teste feito por cientistas mais céticos verificou o contrário:

Primeiro: o grupo de teste tinha cento e oitenta (180) voluntários, assim como o grupo de controle.

Segundo: os voluntários do grupo de teste foram expostos a friagem, enquanto os do grupo de controle não.

Terceiro: ninguém foi exposto controladamente a contaminação viral.

O resultado: a percentagem de resfriados no grupo de teste foi estupidamente maior que no grupo de controle.

A teoria para isso é a seguinte: todos estamos o tempo todo expostos aos vírus que causam resfriado, mas a friagem baixa as defesas do sistema imunológico o suficiente para os vírus se desenvolverem.

Tirem suas próprias conclusões.

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