2007-03-23

A beleza da blogsfera

Baal Provavelmente estou equivocado em muitas de minhas suposições, mas na condição de «apenas mais uma alma na multidão» tenho o direito de equivocar-me (e o dever de corrigir-me, claro).

Este não é um pedido de desculpas, apesar da introdução. Mantenho as posições expostas nas Reflexões de Monte Gasppa e Giulia C. (até que alguém me convença do contrário, afinal não sou inflexível).

Apenas estou usando a mim mesmo como exemplo do tópido desta postagem. Já toquei sutilmente neste assunto antes e agora quero explicitá-lo.

A beleza da blogsfera (neologismo originado do inglês blogsphere, que não é a ferramenta Blogsphere) está aqui: antes somente uns poucos tinham capacidade de expor suas opiniões, tornando-as assim automaticamente verídicas, por mais equivocadas que fossem. Agora, com a blogsfera, quase todo mundo – ou pelo menos os internautas – pode expor suas idéias.

Através de um prisma mais amplo, mais ângulos diferentes de visão, é possível formar uma idéia muito melhor sobre os fatos, libertando as pessoas – pelo menos as que têm acesso – da escravidão intelectual vigente.

As academias científicas escravizam o pensamento, determinando convenientemente o que pode ou não ser chamado «científico».

Por exemplo: Ufologia…

Ufologia geralmente representa a primeira pazada de terra sobre a cova onde o ufólogo jogou sua carreira. No entanto, estatisticamente falando é um campo plausível.

Não creio nem descreio na Ufologia, sou cético mas não contra. Apenas acho que o argumento acadêmico contra a Ufologia não é válido.

O argumento usado é o seguinte: toda ciência deve ter um objeto palpável de estudo. Então vamos esquecer a Psicologia.

Ou a Astronomia: alguém aí já manipulou uma estrela? Ou um planeta?

Outro argumento totalmente estúpido que muitos usam é: «a ausência de evidências é evidência de ausência».

Gente, isso é umas das coisas mais idiotas e ignorantes que alguém pode dizer!

Temos evidência de apenas umas poucas espécies viventes no período anterior a sessenta e cinco milhões de anos atrás, o que não significa que não houvesse outras espécies, apenas o «objeto de pesquisa» é fugaz.

São os mesmos argumentos usados contra o estudo da sobrevivência da alma à morte corporal.

Há ainda outro argumento mais cretino que os anteriores: «se algo pode ser fraudado, então é automaticamente uma fraude».

Então o World Trade Center não caiu! Está lá ainda e os nova-iorquinos estão mentido! Porque já vi muitas fotos fraudadas do evento.

O homem também nunca pisou na Lua, porque o evento pôde ser fraudado.

Percebem como o argumento é tendencioso?

Também as instituições religosas escravizam o pensamento, por meio de adestramento e mutilação de idéias.

Como conversamos eu e meu amigo Walter, toda instituição religiosa nasce da crença na infalibilidade de uma pessoa ou, na melhor das hipóteses, de um grupo de pessoas.

O poder das instituições religiosas é diferente do poder de uma empresa: em vez de investir financeiramente para manter o status quo, as instituições adestram o maior número possível de mentes e são elas que manterão o status quo, sem que a instituição religiosa gaste um centavo.

Adestramento de pensamento. Já parou para pensar se suas idéias são suas mesmo?

Claro, não podemos extremar: nossas idéias são fruto da interação de nossa essência com o contexto onde estamos inseridos. Mas até que ponto a sociedade nos afeta?

Tendo exposto todos esses fatores, volto ao assunto dizendo: como muitas pessoas podem expor seus pontos de vista na blogsfera, temos acesso a mais ângulos de visão e quanto mais diversos são, melhor podemos entender os fatos.

É a beleza da blogsfera! Liberdade intelectual.

Do caos surge alguma ordem, o princípio básico do Universo, entropia: entropia.

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