2008-12-16

Descolagem: comentários sobre a palestra do Luli Radfahrer

lâmpada Mais uma vez o Luli Radfahrer é contundente e relevante!

Convido todos a lerem na íntegra seu texto Descolagem: comentários sobre minha palestra.

Alguns trechos que eu gostaria muito de destacar:

Professores que se oponham à tecnologia entram em uma relação perde-perde:

Se convencerem seus alunos a estudarem sem computadores, criarão uma turma de analfabetos digitais.

Pior será se o aluno perceber o valor do digital e desvalorizar a educação.

Pra que aprender, se quem deveria ensinar não sabe?

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O problema das aulas que «adestram» seus alunos é (…) semelhante ao das revistas de celebridades, livros de auto-ajuda e programas de auditório em TV (…). Ao propor soluções fáceis (…) esses produtos ignoram a riqueza da experiência de cada indivíduo e assim o corrompem (…).

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A propósito, o termo «recreação» (…) tem sua origem em «criar novamente», em usar o tempo livre em atividades construtivas que promovam a evolução pessoal e, nesse processo, reciclem as idéias. RPGs e Videogames, sob certos aspectos, são extremamente recreativos. Já reality shows, programas de auditório, sitcoms e até o futebol de domingo podem ter o efeito oposto.

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Todas as discussões sobre inclusão tratam de tecnologias e padrões. Não se fala em conteúdo.

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É a eterna questão do critério. Acredito sinceramente que um professor bem preparado conseguirá tirar de uma máquina velha e lerda muito mais do que o contrário. Mais banda sem treino só estimula a perpetuação de certos vícios.

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Os caras do Mythbusters são professores, Carl Sagan também.

O professor não deve nem precisa competir com seus alunos, não sei de onde surgiu um pensamento tão torto. Em outras profissões nunca foi assim. O técnico de futebol não precisa jogar melhor do que ninguém, o maestro não precisa tocar instrumento algum, o treinador de academia para a terceira idade não precisa ter mais do que 25 anos.

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É bom deixar claro que o problema não está só no professor, mas em um sistema viciado, baseado no controle e distribuição da informação.

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É a mesma idéia de um bom livro, filme ou música. (…) Gil, Caetano e Chico estimulam o pensamento com seus versos. Não se pode dizer o mesmo de «poeira, poeira, levantou poeira». (…) Mas quem define o que é um bom livro em tempos de Paulo Coelho? Critério, oras.


Não deixem de ler na íntegra, pois só com estes trechos não dá pra entender direito. =)

[]'s
Cacilhas, La Batalema