2011-02-27

Lobo Solitário e Filhote

Kozure Ookami Terminei de ler recentemente a saga do Lobo Solitário e Filhote (em japonês 子連れ狼 – Kozure Ookami).

O mangá conta a história de um kaishakunin (executor) do Período Edo, Ogami Itto, que é vítima uma armação da família mais poderosa do país, o clã Yagyu, que deseja seu cargo.

Sua esposa é assassinada e as autoridades são levadas a crer que Itto estaria fazendo planos contra o xogum.

Condenado a cometer seppuku, Itto se recusa e resolve viver no caminho do inferno – Meifumadō – com seu filho recém-nascido para vingar a morte de sua esposa, tornando-se assim um demôniogozumezu.

Apesar dos fatos que o levaram a se tornar um demônio serem apresentados em flashback, a história começa com seu filho, Daigorō, já com três anos de idade e Itto trabalha como assassino de aluguel, cobrando quinhentos kyō por assassinato. Sua única exigência é saber todos os motivos do assassinato.

O enredo se desenrola de modo envolvente e nos conduz a um final surpreendente.

Pelo caminho vemos que tanto pai quanto filho perdem um pouco de sua humanidade e passam a agir mais como lobos do que como pessoas.

Um conto triste e emocionante, recomendo.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

Grito Rock 2011 – impressões

GRITO ROCK 2011
Ontem fui com minha esposa e meu filho ao show Grito Rock 2011 e essas são minhas impressões…

Local


Tenho uma reclamação do clube Magnólia: a acústica é muito ruim!

De cima, perto das janelas, o som ficava até bom, mas os vocais eram incompreensíveis. De baixo era um zum-zum-zum terrível.

Público


A pouca quantidade de público mostra como Silent Hill Petrópolis/RJ é uma cidade provinciana, retrógrada e de cabeça pequena.

Poucos roqueiros onde os cidadãos gostam apenas do estilo de música que a Rede Globo manda eles gostarem. Havia também muitos moleques que acreditavam que, apenas por estarem fantasiados, isso fazia deles roqueiros.

Outra coisa ridícula é a necessidade de transgressão de quem se fantasia de roqueiro, achando que essa seja a atitude esperada. Pessoas fumando em ambiente fechado, pixaram GNR na porta do banheiro feminino… total falta de noção e qualquer senso.

Aviso à molecada: atitude de roqueiro é não dever nada a ninguém, usar a roupa com a qual se sente bem e subverter o sistema a fim de questioná-lo e acabar com a perversão/perversidade. Não é se fantasiar nem tomar atitudes forçadamente só porque os outros esperam isso de você!

Se você se fantasia e faz o que outros esperam, você apenas mudou sutilmente as regras, mas continua escravo de um sistema.

Tuc Tuc


A primeira banda da noite foi Tuc Tuc (fico devendo o apontador, a única URL que consegui foi do MySpace e não sei se é a mesma banda). Um único comentário: progressivaço!

Em minha opinião a melhor banda da noite, rock progressivo com boa influência de eletrônico dançante. Diria que Pink Floyd e New Order sejam influências bem prováveis.

Uma pena apenas distonarem demais do tipo de som das outras bandas, o que causou uma reação desnecessariamente hostil destes fãs – mais especificamente da molecada fantasiada, incapaz de entender Rock’N’Roll.

Zelda Scoth


A banda Zelda Scoth corre atrás da crista da onda, tanto no sentido positivo quanto no pejorativo.

Rock comum, mas divertido – eu curti e iria de novo.

A maior crítica que tenho à apresentação é que cada música se parecia demais com a anterior, salvo uma ou outra exceção.

A música que o fanclub mais curtiu – e parecia esperar – soava como imitação de Paramore.

Ainda assim uma banda muito boa, recomendo.

Controle


Inegável a pressão do trash metal da banda Controle, que conseguiu influenciar uma roda de trash respeitável na plateia.

Mas tenho duas críticas bem duras: ¹muito mais que a banda Tuc Tuc, o som do Controle não tinha nada a ver com o evento; ²era simplesmente impossível distinguir uma música da outra, todas iguais. A meu ver a qualidade do trabalho de uma banda de rock, qualquer que seja o estilo, é o equilíbrio entre a concisão do trabalho e a identidade de cada obra individual, coisa que a banda Controle não demonstra.

E para aquelas meninas que disserem que sou muito fraco pra música pesada, procurem por SYL, uma banda que eu curto muito, extreme metal de alta qualidade.

[Send U back]


Punk!

A banda punk [Send U back] foi a segunda banda mais madura das que vi nessa noite. Trabalho de qualidade, presença de palco, bom humor, ótima comunicação com a plateia, letras críticas e debochadas, punk com um certo sotaque de anos 1980, participações especiais de cantores convidados e uma energia incomparável.

A única crítica que faço é à organização do evento: a [Send U back] tocou para um público cansado depois da apresentação da banda Controle. Até rolou uma tímida roda de trash, mas o público já apresentava claros sinais de esgotamento.

Marte Ataca


A banda mais madura da noite e certamente a com melhor presença de palco. Rock no estilo Capital Inicial e afins.

Muito boa, valeu a pena esperar. Fico devendo a URL.

Outras bandas


É uma pena que o evento tenha começado com um hora e meia de atraso e, após a apresentação da banda Marte Ataca, minha esposa e meu filho estavam esgotados, pedindo para irmos embora.

Assim perdi as bandas Drenna e Autoramas.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2011-02-18

Tragédia na serra: não acabou ainda

Baal Para as vítimas da catástrofe na serra, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal doaram quase cinco milhões de reais.

Quanto dinheiro, né? Só que isso não dá!

São 6.410 desabrigados, contando famílias típicas de quatro pessoas, daria a mixaria de por volta de três mil reais por família, para arrumar um lugar para morar e reconstruir a vida.

Você seria capaz disso?

Parece que o governo federal doou mais sete milhões, o que somam doze milhões de reais (R$ 12.000.000,00).

Agora assim, não?! Não…

Fazendo as contas, para que cada família tenha um capital suficiente para reconstruir sua vida, fiz as contas e precisaria de no mínimo R$65.000.000,00.

Mas o que aconteceu?

A mídia fez um circo, ganhou muito dinheiro com isso e agora, que não é mais novidade, deixou pra lá. A fila anda.

E as pessoas? Enquanto a mídia fazia seu circo, as pessoas se enchiam de condolências e doavam todo aquele lixo inútil, lavando a consciência e então passaram a sentirem-se quites.

Se eu já paguei o que devia, por que devo continuar a importar-me? Lavo as mãos.

ISSO aconteceu com as pessoas. Mas ainda não acabou.

Há desabrigados precisando de ajuda, de doações úteis, de trabalho.

Acho que o circo da mídia e a extinção do interesse fizeram a sociedade perder a noção da dimensão das perdas físicas, humanas e emocionais.

Ah! E não é pra ajudar só os branquinhos limpinhos, nem pra doar lixo e muito menos pra atrapalhar!

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2011-02-06

Águas DO Imperador

Silent Hill Petrópolis/RJ é uma cidade provinciana, atrasada e burguesa, onde a aristocracia é sempre defendida. Famílias quatrocentonas e seus aliados podres de ricos controlam as empresas que monopolizam os serviços da cidade.

Um exemplo é o monopólio da Única Fácil, que controla a ponte rodoviária Petrópolis-Rio, a praticar os preços que bem entende.

E a prefeitura nada faz: apesar de ter-se elegido pelo PT, o prefeito é pau mandado aliado de Leandro Sampaio, que, quando geriu a prefeitura de Petrópolis pelo PSDB, sucateou o sistema de saúde, num óbvio esforço de favorecer as empresas de plano de saúde. Só não vê quem não quer.

Mas tudo o que eu disse foi apenas para dar contexto ao problema que temos com a empresa de águas e esgoto, Águas do Imperador.

Como o nome sugere, a empresa trata as águas não como um bem público a ser administrado, mas como propriedade do imperador. Assim a empresa cobra pelo consumo da água de poços e nascentes particulares como se fosse fornecida por ela; cobra pelo uso de tubulações de esgoto de mais de 80 anos, construídas pelos próprios moradores; cobra pelo tratamento do esgoto, que é jogado in natura nos rios; e ainda faz cagadas como esta:
Em frente ao Hospital Santa Teresa

Só quem faz merda precisa esconder o trabalho assim, bloqueando a visão de um cruzamento, o que expõe os moradores a potenciais acidentes de trânsito que poderiam facilmente ser evitados.

Porém toda minha reclamação aqui é em vão, já que o povo petropolitano, provinciano e a favor do Neoliberalismo, acha tudo isso muito natural e até desejável.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2011-02-03

The NotBook is not on the table

Semana passada recebi um dinheiro esperado de um processo que movi contra a Credicard. Já estava programado para comprar um MacBook Pro 13.3", no entanto o Santander demorou a compensar um cheque e só recebi o dinheiro de fato no sábado.

Fiquei um tanto frustrado, pois passo os finais de semana em Silent Hill Petrópolis, onde não há lojas da Saraiva.

Mas minha esposa percebeu que os preços do MacBook Pro pareciam tabelados, então resolvemos correr as lojas de Silent Hill Petrópolis para ver se encontrávamos por um preço bom, eu, minha esposa e nossa amiga Gabi.

Fomos na primeira loja grande no centro da cidade e não tinha. Como estávamos próximos, resolvemos passar também em uma loja especializada em artigos de Informática. Para não comprometer ninguém, vou usar um nome fictício: ErraByte.

Chegando na ErraByte perguntei ao atendente:

— Vocês trabalham com MacBook?

O atendente imediata e incisivamente me corrigiu:

— NETbook, né?

E eu insisti:

— Não, MacBook.

O atendente fez uma cara estranha e respondeu com ar de incredulidade e desprezo:

— Hã?!… Não, não trabalhamos com isso.

Agredeci e saímos da loja.

Então olhei para a Gabi e perguntei:

— Foi engraçado, né? Vamos fazer de novo?

E ela respondeu que sim, com ar de animação.

Entramos de loja em loja fazendo a mesma pergunta, com resultados mais ou menos similares.

A reação (ou ausência dela) mais engraçada foi em uma loja de eletrónicos e Informática da empresa… digamos… Pipa Colorida.

Entrei e fiz a mesma pergunta à atendente (Vocês trabalham com MacBook?), que levou uns dez segundos para esboçar a primeira reação, como se estivesse congelada ou processando a pergunta. A reação também não demonstrou muita qualidade: ela produziu um som baixo e indistinguível, totalmente automático, em seguida simplesmente respondeu que não.

Por último, melhor do que a reação dos atendentes foram as propagandas de outra loja, que também não tinha e que chamarei de Ponto Gelado para proteger sua integridade.

Na vitrine estava pintado os dizeres: NOT HP:
Not HP

E em um cartaz era vendido um NotBook Sony:
NotBook Sony

Depois de rir muito do evidente atraso, desinteresse e provincianismo de Silent Hill Petrópolis (cidade do projeto Petrópolis Tecnópolis, faz-me rir), comprei meu MacBook na Barra da Tijuca mesmo.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

Parabéns Somos Andando!

lâmpada
Parabéns ao blog Somos Andando da Cris Rodrigues por seu aniversário!


Um ano de Somos Andando


Eu disse isso via Twitter, mas não custa repetir: atualmente Somos Andando é meu blog preferido.

[]’s
Cacilhας, La Batalema